Publicado por Katharyne Bezerra

Quando chega o final de ano os profissionais de carteira assinada recebem o 13° salário, um dos benefícios correspondente aos meses de trabalhado prestado à empresa. Porém, poucos sabem o que fazer com este dinheiro e acabam “metendo os pés pelas mãos”. De acordo com uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 52,9% dos brasileiros pretendem gastar todo este valor com compras e presentes referentes a este período do ano.

Ainda segundo a pesquisa, 20% da população está indecisa com relação ao que vai fazer com este dinheiro. Já 27% dos brasileiros não vão usar este benefício para gastos com presentes, sendo que destes, 26,6% vão economizar. Para o órgão, os dados mostram que boa parte da população não sabe administrar o próprio dinheiro e por isso recorrem à pedidos de créditos.

Levando em consideração esta realidade, o educador financeiro e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, orienta as pessoas com relação aos gastos neste fim de ano, aproveitando melhor o 13° salário e livrando-se de possíveis dívidas.

Educador financeiro orienta como usar o 13° salário

Foto: depositphotos

Fazendo planejamento e descobrindo a situação financeira

O Natal deixa as pessoas mais sensíveis e faz com que elas gastem para agradar outras sem que elas levem em consideração a real situação financeira na qual se encontram. “Não há problema nenhum utilizar parte desse dinheiro para desafogar o orçamento e comprar o que precisa nesse final de ano, época em que os gastos realmente aumentam bastante. No entanto, é preciso planejamento, para que esse dinheiro seja gasto com consciência; isso é educação financeira”, explica Domingos.

Para isso, segundo o profissional, é preciso entender em qual patamar o consumidor se encontra. “O primeiro passo é fazer um diagnóstico, descobrindo exatamente qual é a sua situação financeira: endividado, equilibrado ou investidor”, questiona o educador financeiro. Feito isso, é hora de entender quais as características de cada um.

Que tipo de consumidor você é: endividado, equilibrado ou investidor?

Endividado

Se o indivíduo é um endividado, a primeira ideia que passa em sua mente é usar o 13° para quitar as dívidas. Mas, segundo Domingos esta não é a alternativa mais acertada a se tomar. O consumidor precisa pontuar a quem deve e quanto deve e depois rever se esta atitude vai realmente resolver os problemas. “Uma recomendação é sempre conversar com o credor e tentar negociar, para tentar algum desconto e/ou melhores condições de pagamento”, explica o especialista.

Equilibrado

“Àqueles que estão equilibrados, ou seja, que não possuem dívidas, mas também não conseguem poupar, é preciso muito cuidado”, alerta Domingos. Para o educador financeiro, as pessoas não podem se sentir tão seguras por não deverem a ninguém e por isso sair comprando o que vier. Isto porque, ficar endividado e até inadimplente é muito rápido quando não se tem um controle financeiro.

Investidor

Desta maneira, Domingos afirma que quem deseja investir está agindo corretamente. “É assim que se começa a criar o correto comportamento em relação à administração e utilização dos recursos financeiros, sempre dando prioridade à realização de sonhos, sejam eles de curto (até um ano): como uma viagem; médio (de um a dez anos): como trocar o carro, e longo prazo (acima de dez anos); como a compra da casa própria”, completa o profissional.

Dicas para economizar no fim de ano

Além das orientações, Domingos ainda dá dicas aos consumidores para não gastar além do necessário e nem comprometer o novo ano com dívidas. São elas:

  • Relacionar os gastos fixos do mês, com os gastos de fim de ano e os gastos típicos do início de ano, como IPTU, IPVA, matrícula escolar etc;
  • Fazer listas dos presentes, antes de sair para as compras;
  • Antecipar as compras de natal também é uma ótima forma de economizar;
  • Evitar parcelamentos, principalmente os longos.

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