Publicado por Natália Petrin

Os filhos são, para os pais, peças essenciais da vida, sendo de extrema importância, e muitas vezes colocados acima de tudo. Com isso, em alguns momentos, percebemos a falha da educação e tememos que nossos filhos sejam afetadas por ela. Por isso, deixamos esse modelo de carta para a filha, que pode ajudar a mostrar que precisamos estar sempre com a mente aberta, mesmo na escola.

Modelo

Querida Filha,

O mundo está mudando rápido. Bem mais rápido que as nossas escolas. Há tantas delas que ainda não perceberam que este mundo “internético” em que hoje vivemos é radicalmente diferente do mundo desconectado de algumas poucas décadas atrás e que nossa Educação agora pode e precisa ser muito melhor.

Mas se não dá para evitar que as manhãs da tua infância sejam gastas em aulas chatas e desestimulantes, você pode pelo menos ficar alerta aos defeitos desse modelo. Assim, enquanto você aproveita o que a escola pode te oferecer de bom, vai conseguir impedir que ela te ensine algumas coisas que a mim custaram muitos anos para desaprender.

Não deixe que a escola te ensine que conhecimentos podem ser compartimentados, separados em caixinhas, isolados uns dos outros. Na escola do passado, a matemática acaba quando começa a física e a geografia acaba quando começa a história. No mundo, há biologia no esporte, matemática na música, história na literatura, gramática na programação de computadores… Por isso, depois de ver algo de perto, dê sempre um passo para trás, perceba as relações, enxergue o todo.

Não deixe que a escola te ensine que alguns conhecimentos são mais importantes que outros. Na escola do passado, para cada aula de artes há duas de geografia e para cada uma de geografia há duas de matemática. Música, artes plásticas, esportes, religião, filosofia são tratados como matérias de “segundo time”. Quantos grandes artistas e esportistas foram vistos como maus alunos e forçados a abandonar seus talentos porque o conhecimento que lhes interessava não era o mesmo que interessava à escola! Persiga teus interesses mesmo que eles não interessem a mais ninguém.

Não deixe que a escola te ensine que há um momento específico para aprender cada coisa. Na escola do passado, quem não consegue acompanhar a turma é tido como um fracassado e quem quer avançar mais rápido é freado, impedido. Ela exige que todos aprendam o mesmo ao mesmo tempo. Mas as pessoas não são todas iguais. Você pode ter mais facilidade que os colegas em um determinado assunto e menos em outro. Não deixe que te empurrem nem que te segurem. Respeite teu próprio ritmo de aprendizado.

Não deixe que a escola te ensine a te contentar com pouco.

Na escola do passado, as consequências de tirar nota 10 ou nota 7 são as mesmas. O aluno excelente passa de ano da mesma forma que o mediano, com, no máximo, um elogio da professora. Assim, aos poucos os alunos vão ficando satisfeitos em “passar por média”. Nunca fique contente com a média. Dê teu melhor sempre, em tudo o que fizer (inclusive nesses poucos anos que ainda te restam na escola do passado). No mundo, ao contrário da escola, a excelência faz muita diferença.

Não deixe que a escola te ensine que você não tem nada a ensinar.

Na escola do passado os alunos são separados em séries de acordo com suas faixas etárias e isso praticamente impede a interação entre idades diferentes. Colegas um pouco mais velhos têm muito a te ensinar e, o que é ainda mais importante, os mais novos têm muito a aprender contigo. E ensinar é a forma mais eficiente de aprender. Quando um professor detém o monopólio do ensino, ele te rouba inúmeras oportunidades de aprender ensinando e ensinar aprendendo.

Não deixe que a escola te ensine que errar é ruim.

Provas fazem isso o tempo todo, sem que os alunos percebam. Do jeito que são feitas, elas servem apenas para apontar e punir nossos erros e desperdiçam a oportunidade de nos ajudar a aprender com eles. O resultado é que aos poucos vamos nos acostumando a não arriscar e a evitar erros a todo custo. Não há nada pior para o aprendizado do que o medo de errar. Erre! Erre de novo! Erre à vontade. Erre quantas vezes forem necessárias até acertar.

E o mais importante de tudo, minha filha: não deixe que a escola te ensine que aprender é a mesma coisa que ser ensinada.

Te amo.

Teu/tua pai/mãe

Ensinamentos da família

Apesar de a escola nos ensinar muitas coisas essenciais para nossas vidas profissionais, precisamos aprender muito com nossas famílias sobre a vida de uma forma geral – coisas que fazem toda a diferença na vida profissional e pessoal de cada um. Um filho, vindo de planejamento ou não, é um termo usado para chamarmos o fruto do amor do casal, sendo legítimo ou não, por quem eles são responsáveis judicialmente e também de coração.

Modelo de carta para a filha

Foto: Reprodução

A família possui papel imprescindível na educação dos filhos, tornando o ambiente em que vivem educativo sem ser repressor ou punitivo. Para algumas crianças, o relacionamento com os pais ainda gera medo, principalmente diante de erros, além de parecer que são inferiores sempre, e que nunca tem nada à ensinar aos adultos. É preciso, inclusive, que os adultos lembrem-se do quanto que aprenderam sobre a vida, a paternidade e a maternidade, e principalmente sobre o amor, e sobre o ato de doar-se pelo outro, tudo graças à existência dos filhos.

Se todos puderem fazer seus papéis, e mostrar aos filhos os ensinamentos dessa carta, as pessoas serão mais corajosas, independentes, criativas e confiantes, acreditando que assim como os professores que os ensinam, eles também tem muito a ensinar.

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